Quando
Martim abre o túmulo dos avós maternos, Aracaçu (Carlos Betão) e Zilu (Veronica
Cavalcanti) para fazer uma cova mais digna, o jovem começa a ouvir sussurros,
choros e gritos.
Martim
vai falar com Padre Benício (Carlos Vereza) e pede que ele vá benzer a fazenda.
"São eles, padre. Zilu e Aracaçu, pais de minha mãe. Pelo que assuntei,
essas pobres almas não tiveram um só dia de descanso desde a morte de minha
mãe! Ela, coitada, esperando a filha que nunca mais vai voltar. E ele culpado por
tê-la mandado embora daqui", fala Martim.
Padre
Benício vai e na fazenda, ouve Zilu chorando a morte de Leonor e Aracaçu
brigando com a mulher para ela engolir o choro. "Cadê ela? Cadê minha
minina?", fala a alma de Zilu. "Vê se engole esse choro,
mulhé!", grita Aracaçu. "Quero minha Leonô. Quero minha minina de
volta! Cadê ela que num vem? Ocê levô ela daqui oi ocê quem entregô minha fia
pr’os braço da morte! Foi ocê!", continua a voz da mulher, para desespero
de Padre Benício.
Uma
rajada forte de banto bate uma porta da casa e o religioso se assusta.
"Misericórdia! Eu ouvi vozes lá dentro. Vozes e uma dor muito grande. Era
tanta angústia", diz Benício. Ele joga água benta por todo o local, e vai
para o local onde os corpos dos dois foram enterrados e reza uma missa.
"Estamos aqui presente para rezar em nome da memória de Maria Zilu
Carvalho e Aracaçu dos Santos Rocha. Reza para trazer paz e sossego para estas
pobres almas, que há tanto padecem neste vale de lágrimas e sofrimento",
diz o sacerdote.
Martim
pede ao padre que ele não conte a ninguém que ele está por perto. "Nem
cheguei a conhecer eles, padre. Ainda que tivessem vivido mais, eu nunca os
teria conhecido! Afinal, essa gente não era digna do convívio dos de Sá
Ribeiro. Eu pouco soube deles, e de minha mãe também. Naquela fazenda não se
tocava no assunto. Falar de Leonor era pecado! Quanto mais falar da história
desses desvalidos. Admitir que um de Sá Ribeiro se misturou com gente tão
simples era um sacrilégio", fala ele.
O
religioso fala sobre a agonia de Encarnação (Selma Egrei), mas Martim mantém
sua posição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário