Suzy Menkes, uma das mais
respeitadas editoras de moda do mundo, em bate-papo com Fern Mallis,
consultora de moda e ex-presidente do CFDA, contou coisas super interessantes e de peito aberto deixou escapar outras.
Suzy foi editora do International
Herald Tribune, a versão do “The New York Times” fora dos Estados Unidos. Ano
ano passado, ele passou a chamar simplesmente “The Internacional New York
Times” e Suzy passou a escrever para o jornal, impresso e online.
O jargão do topete, que interessa a todo mundo, contou a Mallis que criou seu topete para que seu cabelo não caísse no rosto
enquanto escrevia. A conversa foi publicada no portal WWD e
colocaram os melhores momentos da afiada e honesta Suzy:
40 ANOS
SEM JABÁ:
“Eu não vou onde sou paga para ir e acho que deve ser desse
jeito. Pessoas como Valentino, que é um homem tão generoso, tantas vezes me
convidam para tantos lugares… Nunca fui ao barco dele, mesmo ele tendo
insistido. Bom, claro, eu também não tinha o biquíni certo para isso…”
ÁFRICA:
“Fui para a
África quatro vezes no ano passado. O nível do trabalho manual é algo mágico.
Fui para Nairobi, onde eles têm coletivos fazendo bolsas para Vivienne Westwood
e Stella McCartney. Se essas coisas puderem ser regulamentadas de uma maneira
decente por pessoas honestas, então a moda pode ser uma maneira maravilhosa de
tirar as pessoas da pobreza”.
BANGLADESH:
“Há de acontecer uma
mudança na mentalidade do consumidor. Temos que falar que há algo
moralmente errado em comprar um maiô ou um vestido que custa o mesmo que um
cappuccino. Não acho que a resposta seja uma ‘resposta Disney’ –
simplesmente parar com tudo seria uma catástrofe pois essa é a única
indústria que eles têm lá”.
NOVOS DESIGNERS
AMERICANOS-ASIÁTICOS:
“Eles têm esse espírito americano maravilhoso do vai
e faz, siga em frente e acredite em você, o que é uma ótima combinação”.
MUDANÇAS NAS CASAS EUROPEIAS: “Tragicamente, nenhum dos grandes chefões da
moda vêm me procurar. Tenho certeza que eles procuram Anna (Wintour) e pedem
seus conselhos. Eu falo o que acho e isso é provavelmente o que eles não querem
ouvir. As marcas de moda construídas como casas são como famílias. Yves Saint
Laurent foi totalmente construída assim. As pessoas eram tratadas como família
e se sentiam parte de uma família. Não funciona mais dessa forma. É muito mais
duro, não necessariamente melhor ou pior”.
JOHN GALLIANO:
“É uma
tragédia. Nós sabemos que pessoas criativas têm todos os tipos de demônios. Eu
jamais diria que amo Hitler de nenhuma maneira e não conheço muitos que o
fariam. O que não significa que alguém com um talento brilhante não deva
merecer uma segunda chance. Mas como fazer isso é difícil”.
REDES SOCIAIS:
“É
equivalente a revolução e que privilégio viver nessa era. É uma questão de como
usar isso de maneira inteligente. Não estou tuitando no momento e também tenho
uma página no Facebook. Durante as temporadas de moda, fico totalmente de fora,
porque tudo é muito pesado. Pesado é a palavra errada porque amo fazer isso.
Mas tenho uma quantidade enorme de trabalho”.
OS REVIEWS MAIS
DIFÍCEIS:
“São quando você vê que um estilista que sempre admirou está
indo pro lado errado. É muito doloroso porque você sente por eles e ao mesmo
tempo sente por você, que não deseja dar essa facada. Eu costumo suavizar uma
crítica quando, por exemplo, alguém perdeu um parceiro para a Aids”.
SEGURANÇA NO TRABALHO APÓS
O “IHT” TER VIRADO “THE INTERNATIONAL NEW YORK TIMES” EM 2012:
“Quem sabe? Bom,
certamente eu receberei um pagamento maravilhoso após 25 anos trabalhando lá”.
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