"O causo é diferente
da piada. Causo é uma história de um fato acontecido, um incidente, cujo
desfecho é engraçado. Na minha terra, se diz que o contador de causo é um
caboclo gozador."....
No recém-lançado História de Contar o Brasil - Um
Carroção de Causos de Rolando Boldrin, há dezenas dessas pequenas e engraçadas
narrativas. Boldrin nasceu em outubro de 1936, na pequena São Joaquim da Barra,
interior paulista, sétimo filho de um mecânico e de uma dona de casa. Foi
criado com 11 irmãos. Na adolescência, formou dupla caipira com um dos irmãos,
Leili. Eram Boy e Formiga: "Nunca estudei nada. Fiz só até o 3.º ano do
primário."
Aos 16 anos, mudou para São Paulo. Veio de trem. Dormiu as
primeiras noites na rua, aos pés de uma estátua do Ramos de Azevedo que ficava
na Avenida Tiradentes. O primeiro emprego foi de sapateiro, em uma pequena
fábrica em Santana. Foi
frentista, garçom, carregador e ajudante de farmácia. Aos 20 anos fez testes em
rádios para trabalhar como radioator. Foi parar na TV Tupi fazendo figuração. Seus
parceiros dessa fase: Plínio Marcos e o novelista Walter Negrão.
"No
almoço, a gente chegava a dividir um ovo, por falta de dinheiro. Tanto que,
quando assinei meu primeiro contrato na Tupi, engordei 10 quilos em uma semana."....
Como ator de teleteatros da Tupi, ao lado de nomes como Lima Duarte, Laura
Cardoso, Dionísio Azevedo. Deslanchou entre 1960 e 1980. Nos anos 1980, divulgou
ritmos brasileiros. Em 1981, estreou na Globo Som Brasil.
Vinte anos atrás, diminuiu a
bebida, mudou para a Granja Viana, e vive com a segunda mulher, Patrícia Maia,
cenógrafa e produtora do Sr. Brasil desde a estreia, há 7 anos. Sempre conta
causos.
Do primeiro casamento, com
a cantora Lurdinha Pereira, tem dois filhos: Vera, de 55 anos, e Marcus, de 38.
Em 2010, foi homenageado
pela escola Pérola Negra com o enredo Vamos Tirar o Brasil da Gaveta, exaltando
seu papel no resgate das culturas regionais. Passa a maior parte do tempo ouvindo discos de
todo canto do País.
Nenhum comentário:
Postar um comentário