domingo, 11 de março de 2012

Joias do deserto no flash de Thereza Collor....



Joias do Deserto ganha espaço no dia 12 de março (com abertura para convidados) e vai até 10 de junho. Na Galeria de Arte do SESI - Centro Cultural FIESP. Na segunda-feira, das 11h às 20h, terça a sábado, das 10h às 20h, e domingo, das 10h às 19h. 
 Curadoria é de Ana Cristina Carvalho.
A exposição, reúne adornos corporais pertencentes ao acervo etnográfico da historiadora Thereza Collor, uma das mais raras coleções de todo o mundo – entre as reservas particulares e de museus – de joias, vestimentas e acessórios de povos orientais, africanos e asiáticos. Adorno peitoral em tecido, bordado com coral, pérolas, turquesa e adereços em prata.
O interesse teve início quando Thereza tinha apenas 14 anos e fez sua primeira visita ao Oriente Médio, chegando até o Irã. Após alguns anos de colecionismo, teve o apoio da sogra Eugenia, que lhe adicionou várias peças ao conjunto formado por artefatos produzidos no século 19 e início do 20. Serão exibidas cerca de 2000 peças da joalheria tradicional: brincos, colares, braceletes, cintos, bolsas, vestes, tornozeleiras e adornos peitorais e de cabeça – de povos habitantes de cinco regiões desérticas: o grande Deserto do Saara – compreendendo Marrocos, Argélia, Mali, Níger, Tunísia, Líbia e Egito; o Deserto da Arábia – Arábia Saudita, Iêmen, Sultanato de Omã e Síria; os Desertos da Ásia Central – Uzbequistão, Turcomenistão, Quirguistão e Cazaquistão; o Deserto de Thar – Índia (Rajastão e Gujarat) e Paquistão; e o Deserto do Himalaia – Tibete (território autônomo da China) e Ladakh (região dividida entre a Índia, Paquistão eChina).


Muitas dessas sociedades estão em curso de desaparecimento. Além do significado artístico, o acervo contribui com a preservação dessas culturas por reunir artefatos que revelam os costumes e tradições desses diferentes povos. 
Joias do Deserto dispõe a coleção que evidenciam as influências históricas, geográficas, sociais, políticas e religiosas das etnias. O nomadismo das populações locais, continuamente em busca de lugares menos inóspitos, faz com que produção apresente similaridade de estilos – como a presença constante de formas variadas de animais sagrados, como pássaros e peixes, representando a fecundidade – mas revela aspectos de originalidade de cada etnia, suas interpretações e funções distintas em seus países.
Entre as joias, destaque para os braceletes em forma de serpente, do Afeganistão, com desenho que remete aos modelos usados na antiguidade, o adorno peitoral cerimonial, uma espécie de armadura usada no pescoço, com pedras de coral de madrepérola e turquesa, produzido na região de Ladakh, as tornozeleiras com terminais de cabeça de Makara, figura mítica que vive nos rios e possui poder mágico sobre a água, vindas do Rajastão, na Índia, o par de braceletes Gubur, usado por toda noiva judia iemenita, do Deserto da Arábia, e muitos exemplos de relicários do Deserto do Himalaia, que são usados nos braços e na cintura e representam a religiosidade destes povos.



A exposição traz fotografias dos diferentes desertos e de seus habitantes, todos registrados pela própria colecionadora. São mais de 300 imagens, que possibilitarão ao visitante perceber o olhar de Thereza, traçando, poeticamente, o caminho desses povos através das ações do tempo.

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